Ai infinito
que me bateste à porta
Qual hora, qual instante
Qual abóbora na horta
Atirada para ali
Para aquele buraco de toupeira
E orando para a chuva vir
Como riacho que flui à minha beira
Ai infinito
Irá tal abóbora crescer
Sem eu mais fazer
Que olhar para ali
E ver chover.
Ai infinito
De cada instante.
Qual passado, qual presente
Manifesto futuro no ontem
Que aconteces aqui e agora,
No varrer de uma vassoura
Numas máquinas ao fundo
Num cheiro que me leva
a uma jardineira de outrora
Ai infinito
Que todos os que têm sede
Te querem, qual máscara de poder
Qual desejo de reconhecimento
Qual vida de passagem
Qual instante num só momento
Ai infinito
Não sei não
Onde pára tudo isto
Onde começa e onde
Em ti, jamais acaba
Quais universos de algibeira
Quals paralelismos da mente
Olhemos ao sol que aquece
E que bem que sabe
Enquanto não desvanece
Ai infinito,
Meu amigo de coração
Juntos seguimos cantando
Dançando à mais bela canção
Ai infinito
Sem aqui nem agora
Omnipresente futuro
Que vai além muro
Ai infinito
Ai ai.
Sim sim
Não não
Talvez.
Sim, não, talvez
Belo, Bom, Verdadeiro
Uno, Fragmentado
Infinito és só um.
E possas ser,
Bem amado!