“I do, we do, you do”, “Eu faço, Nós fazemos, Tu fazes” são os passos associados a uma aprendizagem guiada inicialmente pelo professor e depois pelo aluno que facilitam quer a aprendizagem (learn it), quer a sua consolidação (link it).
É uma forma de facilitação de aprendizagem particularmente útil quando os alunos ainda não dominam o tema.
- Durante a fase “Eu faço”, o professor apresenta os novos conceitos ou competências e os neurónios começam a procurar novas ligações.
- Na fase “Nós fazemos”, o professor demonstra e exemplifica os conceitos e depois os alunos praticam, sendo corrigidos pelo professor quando necessário.
- Durante a fase “Tu fazes”, os alunos praticam sozinhos, demonstrando o seu conhecimento de forma independente. O ideal será os alunos praticarem o mesmo conceito em condições distintas, permitindo endereçar o mesmo problema sob diferentes perspetivas, e consolidando assim a aprendizagem.
A aprendizagem inicial do aluno, principalmente se este se estiver a estrear num tema ou tiver baixa capacidade de memória de trabalho, será mais rápida se um problema/conceito/projeto for separado em partes. Há que fornecer “andaimes”(atividades de aprendizagem) para se construir o prédio da aprendizagem, e é importante mantê-los tempo suficiente para que a aprendizagem se consolide.
Algumas dicas para um ensino eficaz (do psicólogo educacional Barak Rosenshine):
- Começar a lição com uma breve revisão das últimas aprendizagens
- Apresentar novo material em pequenos passos, e os alunos praticam cada passo
- Limitar a quantidade de material que se dá aos alunos de uma só vez.
- Fornecer instruções e explicações claras e detalhadas
- Perguntar um grande número de questões e verificar se os alunos perceberam
- Fornecer modelos de problemas já resolvidos
- Pedir aos alunos para explicar o que aprenderam
- Ouvir as respostas de todos os alunos
Há que ter particular cuidado com o formato das palestras, onde o professor apresenta conteúdo durante largos períodos de tempo, pois os alunos provavelmente não conseguirão acompanhar e reter tudo o que o professor diz, devido aos limites da memória de trabalho. As palestras podem ser consideradas atividades passivas, e devem ser divididas em partes, intercaladas de exercícios que permitem aos alunos lembrar o que foi dito, para uma aprendizagem eficaz.
Também se deve evitar ver vídeos e ouvir áudios longos na sala de aula, que levam a um ensino passivo com poucos resultados de aprendizagem. Para isso mais vale dar isso como trabalho de casa, ou dividir o vídeo/áudio em partes, chamando a atenção para os detalhes à medida que se vai vendo o vídeo, ou então dar fichas aos alunos para irem preenchendo ao longo do vídeo/áudio.
Neste sentido…porque é que é preciso uma aprendizagem guiada pelo professor?
Se se usar aprendizagem guiada pelos alunos muito cedo, pode levar muito tempo a estes explorar todas as possibilidades até alcançar a resposta correta e isso pode levar a que eles desistam com a frustração.
A aprendizagem secundária (aquela que não é natural ao nosso cérebro) é como tentar encontrar o caminho numa floresta densa de neurónios. Não só é dificil navegar pelo meio da floresta, como é dificil saber em que direção se está a ir!
(este texto foi baseado no capítulo 5 do livro UnCommon Sense Teaching, de Barabara Oakley)
És facilitador(a) de aprendizagem? Que técnicas usas com os teus aprendizes?