Diz-se da Sociocracia que é o governo pelas pessoas que se conhecem…os “socius”, embora na sua origem que alguns atribuem a Augusto Conte (ou algo assim), ele a apresentasse como sendo os sociólogos.
Mais tarde, a mesma palavra foi aplicada ao contexto organizacional, com Gerard Endenburg a trazer conceitos da cibernética, e princípios da engenharia e comunicação entre máquinas, para o domínio da empresa onde era proprietário e gestor.
Depois disso outras derivações surgiram, como a Holocracia, que introduz alguma rigidez racional e que pouco conheço e a Sociocracia 3.0, que procura seguir um modelo aberto e que integra metodologias utilizadas no desenvolvimento de software.
Há claramente algumas lacunas nestas abordagens todas, e na palavra em si.
Num processo criativo surgiu-me juntar a palavra concílio com cracia, como uma possível evolução da sociocracia 3.0
Claramente associo concílio ao concílio Vaticano, pois tive uma educação de base católica pelo menos nas minhas duas primeiras décadas de vida.
E associo também a conselho, e a concelho.
E se for a pensar bem, pouco sei sobre o que isso significa em termos teóricos e práticos e de organização social e de tomada de decisão, e talvez saiba mais do que o que acho que sei também :-).
Num momento crítico da minha vida, estava de tal forma agitado que senti necessidade de fazer uma espécie de pedido aos céus, em que literalmente tive necessidade de abrir a janela do sitio onde estava e, em pensamento, de convocar os vários concelhos mundiais para me ajudar a ultrapassar aquele momento desafiante em que me sentia preso.
Foi assim um movimento meio que desesperado, que parecia saído de um filme.
Como foi num contexto familiar, resguardo-me de entrar em mais detalhes sobre esse momento, neste momento.
Já não sei bem em que dia foi…e até tenho pena disso…
Feita a introdução com ligeiro contexto histórico, ocorre-me então definir o que entendo por conciliocracia e como a considero como talvez a forma mais sóbria de governar seja o que fôr.
É, basicamente, o governo pelos concílios, pelo conselho, pela conselho baseado na nossa realidade interna e externa.
Perguntas a desenvolver são, baseadas em alguns padrões da S3.0 tb:
Neste momento, quem e pode ajudar a decidir?
A pergunta seguinte é: tenho capacidade e informação suficiente para decidir sobre isto dentro de mim?
Outra será: quem serão as pessoas, vivas ou mortas, que melhor me poderão ajudar a tomar esta decisão? E como as posso “contactar”? ( No caso das mortas, alguns leitores poderão questionar…como é que contacto um morto? E isso pode ser um outro tópico só por si :-))
Por agora é isto:
O princípio base da Conciliocracia é tomarmos decisões com base em aconselhamento das melhores pessoas a nível mundial para tomar aquela decisão: as vezes somos nós próprios, as vezes as pessoas a nossa volta…as vezes, até a areia do deserto e as pedras a nossa volta…ou as árvores…outra vez os presidentes e líderes religiosos, e outras quem sabe as estrelas e os buracos negros :-)…a lista pode ser infindável…e é importante guiarmo-nos pelo lugar onde estamos, com aquilo que temos.
Segundo princípio: Agradecer pelo que se tem, e procurar melhorar.
Terceiro princípio: o passado é útil para aprendizagem. As vezes é útil repetir certas partes dele, para o olhar com novos olhos e perspectivas… E há passados que não interessa a ninguém, na sua essência mais pura, repetir.
Bom dia