Não sendo por aqui que comecei a escrever começo por afirmar que o conceito de adulto, como outro qualquer, é pura masturbação intelectual e perdoem-se algumas pessoas que possam considerar esta linguagem ofensiva ou que acham ter a única certeza do que é ser adulto. Portanto peço desde já que antes de ler este texto possa procurar dentro de si se aquilo que lhe apetece mesmo neste momento é masturbar-se intelectualmente com o que vai ler a seguir. Se o quiser fazer comigo, diga-me e quiçá até possamos organizar um espetáculo em torno do tema, num qualquer espaço a definirmos. Possa disfrutar e navegar em cada palavra do que vai ler a seguir, bem como responder como e se bem lhe apetecer.
Para quem se ofendeu (quem não se ofendeu salte este parágrafo)
Peço também humildemente que se fôr esse o caso do leitor, então que possa experimentar o ato. É algo que pode fazer sozinho ou com algum outro adulto informado - por favor não condicione a liberdade de alguém mais fraco ou inconsciente que você. Verá como sabe bem e faça-o de forma consciente. Como em tudo existem formas mais ou menos saudáveis de o fazer - desejo-lhe bem. Note - se não lhe apetecer experimentar, possa ler também Spark 001 - Você tem uma Caixa … talvez descubra algo de novo, talvez não.
Voltemos ao conceito de adulto. Pois por ora ouso dizer este é um conceito que serve apenas para “organizar” a sociedade, como o é também a própria linguagem em si mesma. E cada vez mais me faz sentido a ideia de que dizer isto é isto ou aquilo cria de facto realidades. (Sobre isto, espreite SPARK 008 - Você cria a realidade com É-Cola).
Cria-se uma expetativa em torno do “ser adulto” e quando alguém faz algo “fora da nossa caixa” automaticamente corremos o risco de dizer que o outro “não é adulto”. E automaticamente matamos possibilidades de relação com a outra pessoa ou então entramos numa qualquer guerra com a mesma se não estivermos atentos e soubermos aproveitar a situação para criar algo que seja digno da nossa condição criativa humana e que sirva ao bem-estar geral.
Ser adulto acontece pois em relação connosco próprios e com os outros seres.
Ser adulto com outra pessoa é fazer algo porque se quer e com o consentimento informado da outra pessoa. Se porventura se tiver mais informação que a outra pessoa sobre os impactos de tal ação, então o melhor é simplesmente dizê-lo.
O desafio torna-se então ganhar consciência sobre esses impactos nos momentos que antecipam a ação.
Uma outra perspetiva será a de que ser adulto é simplesmente viver de acordo com a nossa mais profunda intuição.
Como alcançar essa mais profunda intuição é algo que muitos se dedicam a investigar.
Há os que a procuram pela meditação. Há os que a procuram pelas artes.
Certamente este é um conceito que já terá sido explorado pela filosofia e quiçá até pela história da língua.
Possamos aqui neste espaço identificar as várias definições “teóricas” baseadas nas observações do ser humano, bem como dar espaço às definições individuais.
Uma que já encontrei é http://www.ipv.pt/millenium/Millenium29/35.pdf (e que menciona nomes como Jean Piaget e Pierre Furter p.ex)
O que é para si ser adulto?