Nota: Peço ao leitor que ao ler este texto possa procurar suspender o julgamento, convidando-o a dar feedback se esteve presente e/ou deixar algum comentário que sinta poder acrescentar valor para si, para mim, ou para outro alguém.
O que aconteceu na realidade?
9:00 - inicio de acolhimento dos participantes
9:20 - início da sessão
… círculo, com planta ao centro, e convite a incluir taça tibetana para utilizar por qq pessoa sempre que alguém sentisse algum desconforto energético (sentindo dispersão da mente p.ex), e ao ouvir, fazer um minuto de silêncio, centrando na respiração, no coração e no hara (zona por baixo umbigo), “rabo na cadeira” e pés no chão (adiante designo por “efeito taça”)
…convite a experimentar o “efeito taça”
…convite a exercício, de cumprimentar 1º pessoas ao nosso lado, com o cumprimento que nos apetecer e procurando também respeitar o espaço do outro, propondo para estarmos atentos ao que estamos a sentir, e em seguida para procurar outras pessoas que ainda não cumprimentámos. Reflexão a pares sobre o que sentimos e depois partilha para o grupo geral. Observei alguma resistencia inicial para a partilha com o grupo geral, que se desbloqueou pelo avançar de uma pessoa.
…convite a dizer o nome e 3 valores individuais
…ao apresentar valores, abri espaço para outros comentários além dos mesmos, e expliquei cada um deles, grupo aderiu, havendo uma pessoa a usar a palavra movimento em vez de valores
…no fim, comecei a propor a escrita dos valores no quadro, e ao perguntar se havia questões, entrámos numa cascata de tensões em torno desta proposta, que teve a reação de uma pessoa ir escrever ao quadro e outra depois expressar necessidade de desenho de um coração.
Uma terceira pessoa estava a olhar para o quadro com uma expressão cuja interpretação me convidou a perguntar o que achava. Utilizei padrão navegação por tensão, pedindo à pessoa para refletir e ligar-se ao sentimento e necessidade associadas. Palavras e simbolo do coração criaram resistência. Percebemos que não estava claro o propósito do exercício, tendo sido feita clarificação. Expressou-se o desejo de largar as palavras no quadro e passar para um plano mais sensorial/emocional, manifestando-se a vontade de quadro vazio. Eram 10h30 ±, quando se expressou a proposta de tirar foto e sintetizar a lista toda em 5 palavras. Perguntei se alguém tinha a competência/capacidade para agrupar. Uma pessoa avançou com proposta. Utilizámos método consentimento e na ronda de questões surgiu uma tensão quanto a este método ser o mais eficaz, com a indicação que tv a elaboração de proposta fosse mais eficaz. Senti incómodo com o questionar do processo e necessidade de avançar com o mesmo. Procurei utilizar CNV para perceber a necessidade, e não conseguindo ligar à mesma ou ir ao seu encontro, permiti-me partilhar o incómodo invocando o principio “bom o suficiente por agora, seguro o suficiente para tentar”.
Observo agora que este não foi explicado, e que é relevante criar o poster com as objeções e introduzir uma explicação sobre as mesmas, para introduzir o principio.
Após a escolha das 5 palavras e o consentimento (com inquietações - não introduzi os gestos para serem manifestadas em pleno, ocorre-me agora que poderia ter sido útil), iniciámos uma viagem pelos posters, começando pelo das várias categorias de padrões S3.0, passando para o móbil, onde quis contextualizar falando que era a novidade da S3, e fiz uma exposição breve sobre história, sentindo algum desconforto pois no poster não estava nada a falar da história (podia ter um poster proprio)…
Após apresentar o poster do móbil, pedi a cada pessoa para manifestar as suas intenções para participar na oficina (com a realização que seria melhor têlo feito no inicio da oficina), para ter uma ideia dos móbeis individuais. Com base nestes, propus um móbil comum (parecido a “queremos aprofundar o estudo, praticar e aplicar S3.0 no dia-a-dia”, juntando os individuais - que expressavam curiosidade, saber mais, pratica e aplicação isoladamente num só)… Avançámos para o poster do consentimento e enquanto explicava, comecei a explicar os passos e pelo meio os principios, até que alguém disse que não estávamos a cumprir com o principio da eficácia…Alguém falou no intervalo e aproveitei para fazer proposta e usarmos método para decidir sobre intervalo…estando o processo a demorar e o móbil a requerer simplicidade e ação imediata, e escutando a voz de várias pessoas diferentes do grupo, chegámos ao fim do processo sabendo que este não era o mais eficaz para algo como saber quando fariamos intervalo. Ficou a lição aprendida do importante que é: ler a energia do grupo, e procurar a eficácia nos exercicios…neste caso teria sido mais eficaz a versão curta do consentimento.
No intervalo a energia estabilizou, e perguntei a algumas pessoas como se estavam a sentir, percebendo e escutando a tensão latente, nos outros e em mim, com o que tinha acontecido até ali.
11:30 - intervalo
11:50 - reinicio da sessão
…Pedido a 2 pessoas para assegurarem a energia do grupo (homem e mulher), uma com experiencia em taças tibetanas, outra com experiência em meditação (ambas com experiência em formação)
…Apresentação de 3 propostas para o tempo seguinte, propondo para decidir uma aferição da energia coletiva (por braço no ar)
1 - espaço de criação livre/auto-organizado;
2 - continuação da exposição pelo facilitador sobre padrões S3.0
3 - elaboração de proposta tendo em vista o móbil consentido da oficina
…
as propostas 1 e 2 não tiveram “mãos no ar”. A proposta 3 teve uma movimentação geral (não estou certo se de todos). Optei por avançar pela 3 face à movimentação coletiva, utilizando o “poder de facilitador”, e com o foco de seguir em frente. (Fica a questão se no momento perguntar se alguém tinha objeções poderia ter sido algo útil para o grupo)
12:10, 12:20 (?) Inicio Processo Elaboração propostas sobre móbil “queremos aprofundar o estudo, praticar e aplicar s3.0 no nosso dia-a-dia”
12:50 fecho do processo, ficando duas pessoas de se encontrar de manhã para criar uma proposta e para apresentar ao grupo, na terça-feira, dia 15/11.
12:55? apresentação breve do que é o círculo de dádiva, pedindo para pessoas preencherem poster respetivo, e pedido de escrita de feedback à saída, na folha
12:58 ronda de fecho, convidando cada um a dizer uma palavra (retive as palavras: possibilidade, curiosidade, crescimento - seria relevante lembrar as outras)
13h00 agradecimento ao grupo, e frase que manifestou desejo de felicidade,
Celebro e agradeço novamente, cada instante, a todos os presentes, e reitero, possam todos ser felizes
Auto-Feedback (seguindo padrão S3.0 de avaliação de reunião, formato longo)
1 - Quanto a resultado/eficácia geral
Creio que o móbil geral foi parcialmente entendido:
- aprofundámos alguns conceitos de S3.0
- praticámos método de consentimento e elaboração proposta
2- Quanto á facilitação:
** - A manter:**
– Pré-sessão:
—Reutilização de materiais, poupando esforço
—Sentir o espaço e adicionar novos materiais
—Manter abertura para incluir pessoas acabadas de conhecer
—Preparação da sala atempadamente (no dia anterior neste caso)
—Reutilizar processo de sessão anterior
— Pensar em acrescentar/alterar/adaptar processo no dia anterior
—convite a pessoas/participantes por via direta (permitindo reencaminhar) (email e presencial)
—pedir apoio das pessoas para encontrar espaço
—ter convidado outra pessoa para co-facilitar
—Durante Sessão
— procurar fluir e ir interagindo com o grupo, fazendo convites e perguntando objeções
— intenção de usar padrões s3 durante o decorrer da sessão
— Capacidade intuitiva e presença inicial - no convite à taça, no do cumprimento
— Convites a outros participantes para apoiarem em alguns processos (escrita de perguntas, guardar energir, tocar na taça perante desconforto)
— Posters na parede
— Offline
---- Exercicio elaboração proposta para o móbil da sessão
— Intervalo
— Falar com pessoas durante o intervalo
— Avaliar a energia após o intervalo
— tirar foto no final
—Pós-Sessão
– Escrita deste texto
----enriquece processo reflexão e maturação interior
----tem intenção de permitir mapear a minha evolução como facilitador
– envio de email com links a participantes
– envio de pedido de feedback
– escrita deste texto em local público e contextualizado…com intenção de permitir a outros aprender com esta experiência, e de dar feedback mesmo sem ter participado.
3 - Quanto a tom emocional
– Pré-sessão:
Na interação com pessoas do espaço, e com link para as pessoas do espaço, creio que fluiu bem e foi um tom agradável.
A abertura e contacto pessoal com novas pessoas, em concreto na véspera, levou a participação de uma pessoa interessada
—Durante Sessão
Houve momentos de tensão, e creio que foram geridos na sua maioria com sensibilidade e autenticidade.
—Pós-Sessão
Sinto-me tranquilo, auto-reflexivo, e com intenção de cuidado com o espaço coletivo e dos outros participantes, ao escrever este texto.
A melhorar
1 - Quanto a resultado/eficácia geral
a 1ª parte sobre os valores foi muito longa e consumiu energia em excesso. Creio que no final, se se limitar esta parte ao diálogo, pode-se poupar energia e como tal mais contribuir para aprendizagem, bem como abranger mais conteúdo/dar espaço a novas experiências
2- Quanto á facilitação:
– Pré-sessão:
Maior foco e reserva de tempo para processo de preparação prévia.
Diria dedicar um minimo de 4 horas nesta fase inicial de consolidação de modelos de facilitação/aprendizagem
Pedir feedback a pessoas/participantes sobre plano de sessão
Dar espaço para recolha de intenções antes da sessão (ex: email, conversa)
—Durante Sessão
– A decisão de avançar para escrever valores veio de um lugar interno, e olhando agora, baseado na minha memória de ser algo que já vi fazerem e que acredito ser relevante. O sentir do grupo ía mais num outro caminho, de não escrever. teria sido suficiente partilhar e não escrever.
—Maior atenção às tensões que surgem e procurar assegurar que no minimo as pessoas se sentem escutadas em pleno (fiquei com dúvida quanto a uma pessoa)
Começar por contextualização do que me traz a S3.0, apresentar o contexto do programa/comunidade de prática, introduzir desde logo S3.0, e começar pela “viagem” pelos posters, dando espaço para perguntas e respostas em cada um e procurando usar exemplos práticos.
Os valores funciona para apresentação inicial e alinhamento, não sendo necessário escrevê-los após serem ditos…(uma melhoria será desenhar, em jeito de visual thinking, enquanto as pessoas falam)
Evitar usar consentimento completo para assuntos simples como “quando fazer intervalo” - optar por versão curta.
Mais fotos
Dar tempo para preencher feedback durante sessão
Experimentar integrar elaboração propostas com círculo de dádiva, face a necessidade apresentada no círculo
—Pós-Sessão
? (só saberei daqui a uns tempos, após ver as reações a este comentário)
3 - Quanto a tom emocional
– Pré-sessão:
nada a apontar
—Durante Sessão
Talvez numa ou outra ocasião, podia evitar entrar em “debate direto”, e houve muitos “efeitos taça”. A melhorar será reduzir este mesmo efeito, no sentido de permitir fluir melhor a energia do grupo.
—Pós-Sessão
? (só saberei daqui a uns tempos, após ver as reações a este comentário)
Se participaste na sessão, gostaria de ter o teu feedback, seguindo esta estrutura (e procurando acrescentar ao que foi dito):
Sugiro copiar o texto em baixo (pontos 1 a 4); ao ponto 5 podem responder aqui diretamente
A manter:
1 - Quanto a resultado/eficácia geral
2- Quanto á facilitação:
3 - Quanto a tom emocional
A melhorar:
1 - Quanto a resultado/eficácia geral
2- Quanto á facilitação:
3 - Quanto a tom emocional
6 - O que é que aprendeste com esta sessão? (gostaria em particular de saber o que aprendeste de novo sobre Sociocracia 3.0)
7 - Comentário livre
6 - De 1 a 10, sendo 1 o minimo e 10 o máximo, quanto recomendarias esta oficina a um amigo?