Perdendo-me e re-evoluencontrando-me

Estado líquido

Aconteceu este ano
Acontece por vezes
Não sei bem
com exatidão quando
perco-me de mim
Deixo-me num instante

Dou saltos cósmicos
E depois regresso
Näo sei pr’onde

Onde é aqui?

Se não saio
A alguns olhos
Noutros me perco

Para loco m’encontrar
Era louco e…
Ai…é logo.

Logo, logo, logo
Me quero reencontrar

E o problema é:

Quem sou eu?
Para onde vou?
Quando, onde, porquê?
Para quê oquê?

Ai, voltar - onde?
Aqui ao meio.
Mundo do meio.

Depois dos mergulhos
E dos saltos

Re-vir, re-voltar, retornar
De forma diferente
Vá, pouco ligeiramente

Para me evolu-organizar
Cansado de res
Impossíveis tais serem

E se parecem
Não o säo
Com garantia absoluta
Tempo é outro
Contexto é outro

Mesmo que desacredite
O certo é.
Mesmo quando gravado
E visto d’novo

É menos recurso
Ou mais recurso
É sempre diferente

Perco-me entre linhas
E nelas m’reencontro.

Até mais logo
Quem sabe pois
Onde será tal

Aqui, ali, acolá
Fora, dentro, vainaovai

Perdendo-me e reencontrando-me
Ai, pára disso!
Perdendo-me e evolucontrando-me.
Mau n’é assim.
Pra ficar bem,
Em cada instante,
Ufa, disso cansa
vá lá, desejo
uma vez ano.
Vá, duas o’três.

E pois sejam
Mais que previsíveis
Esses momentos estando
Perdendo-me e re-evoluencontrando-me