Suspiro-te à beira escada

Suspiro-te
A ti ó ser ético
Que contrarias o lado prazeiroso
Da essência que é viver

Suspiro-te
Pois te sei correto
E por ora minha corretude
Invade tal plenitude

Suspiro-te
Como quem sabe
E se vê forçado a esperar
Num encontro a dois
No livre pensamento
Qual retórica do momento.

Suspiro-te
Como a um doce paladar
Daqueles cheios de açúcar
Feitos para nos anestesiar

Qual anestesia da moleza
Do ser que é e não espera
Para se fazer acontecer

Suspiro-te
Num trejeito de cansaço
Audível a um curto raio
Invadido por um licor de melaço

Suspiro-te
No invisível que não aconteceu
Por ora e apenas colmatado
Por um tchau de uma criança
À beira escada
Acenando um adeus
Até amanhã

Suspiro
Te