Já por várias vezes, em janelas “popup” em que posso refinar as opções de “cookies” que quero, me apareceu a distinção entre Consentimento e Interesse Legítimo.
E hoje em particular, no website wordclouds.com, dei por mim, com raiva, a remover o Interesse Legitimo de inumeras entidades, sobre os meus dados, e o medo e tristeza a isso associados, fez-me questionar:
1 - Quantas mais entidades é que estão com o interesse legítimo ativo e preciso de ir uma a uma remover??
2 - Porque é que não existe uma opção para remover o interesse legítimo de todas elas em simultâneo?
3 - Neste caso em específico só tenho a opção de “Manage options” e “Consent”. Não há um “Recusar Cookies”. Porque será ?
4 - O que é realmente isso de “Interesse Legítimo” ?
Nas primeiras pesquisas encontrei o website:
Este é baseado no GDPR EUR-Lex - 32016R0679 - EN - EUR-Lex
cuja versão em português está em https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?uri=CELEX:32016R0679
Também acho interessante em português chamar-se “pessoas singulares” e em inglês “natural persons”… e quiçá isso venha a ser tema de um futuro post (é que o termo “person” também é aplicado a organizações…e por isso é que existem “pessoas coletivas”)
E muito interessante, algo que nunca tinha visto, é chamar-se, na tradução portuguesa de “cookies”, no site da união europeia, “testemunhos” a estas “bolachas”.
Segundo https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/testemunho, testemunhos pode ser definido como: “ato ou efeito de testemunhar, de declarar, narrar ou confirmar algo que se presenciou, experimentou ou conheceu”.
E quem chama testemunhos, também podia perfeitamente chamar “testemunhas”, que diria ser uma palavra mais usada por cá para o que se pretende. (testemunhos é mais usado como testemunhos de um dado produto, na minha falaciosa opinião)
Será que queremos realmente testemunhas quando andamos a navegar na Internet?
E se sim, que testemunhas queremos ?
E se não, de que temos medo ?
(Alguns leitores deste texto poderão pensar: Não tenho medo de nada. Tenho é direito à minha privacidade. A ti que pensas isso convido a refletir: E porque é que precisas de privacidade?)
Nota: para mim é ok sentir medo. Há medos que são razoáveis e fazem sentido. E há outros que são baseado em crenças e histórias do passado não aplicáveis ao momento atual.
E não…nem sempre escrevi assim, e nem sempre o faço, principalmente sobre sentimentos e emoções.
Isso, em parte, devo-o ao universo do Possibility Management, que procuro integrar com as aprendizagens que retive da [Comunicação Não Violenta – Oxigénio](https://Comunicação Não Violenta).
Talvez algum outro dia venha aqui para detalhar mais esta coisa do interesse legítimo…
Agora vou fazer o que me levou ao site wordclouds.com…sem medo e rumo a essa uma ideia de “transparência radical”.