Não há ser que acontece
Ao cantar de um galo
Nas penumbras do amanhã
Por ora se desvanece
Qual coaxar de uma rã
Ouvem-se as moscas a procriar
Num imenso relvado ao sol
Quais instrumentos do criar
No seu ato de decompôr
Numa espécie de etanol
Um relvado de três árvores
Vizinho de terreno arado
Para que qualquer humano
Possa sair beneficiado
Um amanhã inexistente
Memórias de tal presente
Só poderá ser ilusão
Das utopias do coração
Um amanhã que já foi
Ainda antes de o ter sido
No passado do futuro
Que já terá acontecido
Ser vivo e fluir
Inspirado pelos astros
Não se crendo nas logias
E amando-se as sofias
Ser é viver
Passo a passo
Como estrela
Na noite da penumbra
Iluminada pela sombra