Dia 0 - 27/06/2023

Antes de ler este texto é relevante ler antes: Sobre a categoria Diario pessoal - científico?.

São agora 5h11 da manhã. Estou acordado pelo menos desde as 2h30 e levantei-me pelas 3h00 para vir partilhar estes textos, pois o considero um melhor uso do meu tempo e me sinto na liberdade e no direito e com a possibilidade para o fazer.

Indago sobre o motivo deste acordar a estas horas.

Deitei-me pelas 21h30.
Esta é a 3ª noite em que sinto não dormir completamente descansado. Portanto, na noite de Sábado 2023-06-24 para Domingo 2023-06-25 já não dormi 8 horas de seguida, bem como nas noites de 2023-06-25 para 2023-06-26 e de 26 para 27, hoje.

Sinto relevante refletir, partilhando, sobre as últimas 2 semanas.

Há algum tempo que observo alguma desmotivação com o meu trabalho. Felizmente, tenho o privilégio de trabalhar num ambiente em que sinto confiança para falar sobre isso abertamente e de tentar encontrar caminhos mais motivantes, que me têm sido facilitados. Agradeço por isso.

Recentemente contudo, por motivos a mim alheios - o despedimento de um colega de trabalho (éramos 4 pessoas, chefia incluída, na empresa portuguesa em que trabalho - filial de uma empresa americana, estando, até há pouco tempo, 3 a trabalhar no escritório com regularidade diária) despoletou a consciência e o medo de que eu também o poderia ser, até porque uma pessoa - que pediu para não ser identificada - me comunicou, no dia 12 de Junho de 2023, que os donos da empresa em que trabalho (um casal americano) me queriam despedir.
Essa decisão passa ainda assim pela minha chefia direta, o sócio-gerente da filial em que trabalho.
A acrescer a esse risco, eu próprio pus em consideração a possibilidade de me demitir, chegando à decisão de que não me sinto neste momento seguro e confiante o suficiente para o fazer, devido às responsabilidades que tenho essencialmente como pai.

Tinha férias previstas de 5 a 13 de Junho, que pude gozar sem qualquer impedimento e ainda que me fosse questionando sobre o que iria acontecer a seguir, não observei grande ansiedade ou preocupação - procurando viver o momento presente.

Quando regressei ao trabalho dia 14, tinha algumas tarefas comerciais para fazer e nenhuma técnica/faturável. Observei no entanto uma grande resistência a fazê-las pois - interpreto e analiso - tinha informações de que não só haveria o risco de ser demitido (pelo alegado motivo de que “cumpro horários” - que podem por vezes ser imcompatíveis com os horários dos EUA - onde está sediada a empresa-mãe) e também que - considero - havia o risco da empresa fechar cá em Portugal (não entro em detalhes para salvaguardar conversas que foram tidas a título pessoal).

Partilhei com a minha chefia sobre a “ausência” de tarefas e entretanto foram-me atribuidas tarefas técnicas e outras de interação com o cliente.
Senti um desconforto considerável quando vi o email com a lista de tarefas e observei novamente em mim resistência em concentrar-me nas tarefas propostas achando que estava “saturado”.
Comuniquei isso à minha chefia direta e foi-me proposta ou baixa psicológica justificada ou férias.
Escolhi férias, por me parecer que esta resitência tem mais a ver com um desalinhamento entre quem quem sou - a minha personalidade, os meus valores, os meus interesses e paixões e o trabalho diário que faço, do que propriamente por alguma incapacidade.

Assim, na semana passada estive também de férias, tendo encontrado um livro do Steve Preston: (Winning through redundancy) que decidi comprar e começar a ler.
O livro tem vários exercícios de reflexão individual e também para pedir os contributos de seres da nossa confiança, para ajudar a “descobrir” possíveis ligações entre o que gostamos de fazer e o que somos bons a fazer e o “mercado”.

Durante a semana também observei alguma resistência em responder a algumas perguntas, e tive necessidade de intercalar a leitura e exercícios com outros afazeres. Isso fez com que, chegado o final da semana de férias, ainda não tivesse chegado a nenhuma “conclusão”.
Tinha contudo agendada uma conversa com o meu colega e “chefe” para alinhamento de expetativas. A conversa fluiu e optámos por continuar a trabalhar em conjunto, com espaço formal para feedback de 2 em 2 semanas e informal sempre que quisermos.

Quinta-feira fiz uma sessão de bio-magnetismo e não só (encontrei agora um link interessante a falar sobre a sua origem e aplicação por um movimento de saúde mental comunitário em Biomagnetismo é inserido na tecnologia de múltiplo impacto - Movimento Saúde Mental) com o tema “Conflitologia” e onde partilhei sobre uma dor de dentes e sobre a minha necessidade de clareza em relação ao trabalho. Já tinha feito outra sessão onde tinha partilhado uma dor muscular. A dôr muscular passou, e a dôr de dentes também e no geral senti-me bem.

Agradeço a sessão, ainda que pelo meu lado analítico-científico, tenha ficado um pouco céptico em relação a algumas partes da mesma, tendo questionado a terapeuta. (percebi do que me disseram que a base científica para essas partes era a kinesiologia, e depois de ler Kinesiology - Wikipedia fico com vontade de aprofundar mais)

Quanto a ter mais clareza ganhei alguma, após a conversa com o meu “chefe”, sendo dificil atribuir isso à sessão que tive.

Sexta tive uma aula de canto que simplesmente adorei.

Tanto quinta e sexta escolhi deslocar-me de bicicleta até aos locais, sendo que é possível que entre andar a pé e bicicleta nesses dois dias tenha feito perto de 52 km.

Domingo foi o mercado da moeda livre que ajudei a co-organizar. Ter acordado pelas 4 da manhã ajudou-me a fazer tudo o que queria nesse dia e o mercado foi um sucesso.

A manhã de ontem foi passada em reuniões e para a tarde eu tinha uma tarefa mais técnica que me acabou por ocupar a tarde toda, sendo que, confesso, tive vários momentos de distração, com Internet - via telemóvel e computador. Hoje conto colocar o tlm em modo ocupado para não ser interrompido por notificações.

Num desses momentos de distração lembrei-me de um artigo que li há tempos sobre psiquiatria lenta, no “gerador” e fui pesquisar se haveriam novos artigos do mesmo autor no mesmo local. E sim, os encontrei: https://gerador.eu/?s=psiquiatria+lenta. Também já tinha ouvido falar de uma casa onde se aplicava este conceito para os lados de Estremoz. E encontrei-a: https://www.casadealba.net/.

Partilhei esta informação que encontrei com a família e a minha ex-companheira e mãe do meu filho - e tive reações diversas, sendo que sei que continuo a contar com o seu apoio e as suas perspetivas.

No final, já no carro a caminho do infantário do meu filho, acabei por contactar esta Casa de Alba e propôr uma consulta de ambulatório em Lisboa, por um lado para perceber eventuais motivos para estas insónias e por outro para conhecer o seu método e processo.
Como me falaram na próxima semana, propus dia 3.

Aguardo resposta.

Feita a partilha, conto agora partilhar link para estes textos com a equipa de ambulatório do espaço Cintra que me tem acompanhado nos últimos tempos, com a equipa da Casa de Alba e com outros seres da minha confiança.
Fica o convite ao diálogo, através deste fórum ou se preferirem, por via direta.

Se quiserem ser notificados de novos textos, registem-se no fórum.

(observo que terminei de escrever perto das 7 da manhã)