Dia 28 - 2023/07/25

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8h05 de dia 26
Hoje acordei pelas 7.30. demorei mais a adormecer ontem e tive alguns sonhos de que já n me lembro. Sinto o corpo descansado.
Ontem acordei pelas 6.30, fiz as flexoes, abdominais e dobragens enquanto ouvia um podcast.
Depois do peq. Almoço foi a reunião comunitária. Ficámos a saber que iria entrar uma mulher nova, para um dos quartos individuais e possivelmente dois homens… E que seria preciso alguém dos homens partilhar quarto. Fiquei inquieto com essa ideia, pela questão do sono e das minhas rotinas matinais que faço no quarto.

Pelas 10h00 o meu grupo (dividiram-se as pessoas em 2 grupos, dado já sermos 8 na casa) ficou encarregue da horta e manutenção. Eu fui para a horta e, começando por mondar, estive depois a apanhar tomates cereja, mondando ocasionalmente tb. Saí de lá pelas 11h.
Depois continuei a leitura do livro dos génios.
Pelas 11h30 foi a terapia do meu grupo, onde pude relembrar as viagens que fiz sozinho e como isso foi importante para o meu crescimento e auto-confiança.
Ao almoço estava tb cá o diretor clinico.
Comi o que outrora se achava borrego, agora dito perú, mais um ovo cozido, feijão frade, cenoura e feijão verde cozidos.
Pelas 14h00 saímos para a “visita cultural” que era um pouco livre. Depois de deixarmos uma das residentes no cabeleireiro comentei que gostaria de visitar a antiga quinta do meu avô, e depois de consentimento da residente e técnica, foi o que acabámos por fazer.
Chegámos lá e batemos no portão e ninguém respondeu. Por cima do portão eu podia ver a casa grande em registo de obras e o terreno do páteo de entrada assim um pouco “desarranjado”.
Fomos ao redor do muro e tentar o portão de trás.
Falámos com uma vizinha que estava de saída e disse que da varanda dela via a quinta toda, nomeadamente o casal a trabalhar uma horta.
De volta ao portão original apareceu o que parecia ser um vizinho, que disse quando lhe perguntámos se sabia dos novos donos da quinta, que tinham o carro à porta e que a casa onde eles estavam era logo a primeira do lado direito do portão e sugeriu entrarmos.
Essa sugestão aliado à vontade de o fazer foi suficiente e acabei por entrar no portão da quinta para bater à porta da dita casa. Ninguém atendeu.
Tb andei um pouco mais e reparei no local onde parecia estar a “horta”.
Ficámos ainda um pouco do lado de fora enquanto a residente que estava cmg fumava um cigarro e entretanto apareceu um sr. da e-redes, que ia fazer um serviço na quinta e comentou que já no dia anterior ninguém o tinha atendido e que possivelmente hoje nao estariam em casa tb, dado que tinham dois carros e só lá estava um. Tentou telefonar, alguém o atendeu e ele confirmou que não estava ninguém em casa.

Fomos então na carrinha até ao rossio, com o intuito de ir dps até ao castelo a pé. Chegados ao rossio contudo, veio a vontade de uma residente comprar o expresso e de comermos todos um gelado, pelo que ficámos todos numa esplanada a comer um “gelado de Portugal”…no meu caso com “sabor a ovos moles”. (Que era bom ainda que não seja comparável com os ovos moles propriamente ditos).
Pedi para ler parte do jornal e fiquei logo pela secção de economia, chamando-me a atenção uma notícia de que já era possivel em Portugal construir casas de madeira em 5 meses com uma técnica que se chama CLM ou algo assim, começado por C, segundo uma empresa que tem tb uma fábrica em Oliveira de Frades.

Fiquei a conhecer um pouco mais sobre a técnica que veio connosco tb, e em especifico fixei que ela gostava de uma técnica de psicologia desenvolvida pelo “Coimbra de Matos”, chamada “a nova relação”, complementar às ditas transferência, contra-transferência e psicanálise.
Já tinha ouvido falar desta técnica que era usada pelo psicólogo de uma amiga minha.

Chegou entretanto a hora de ir buscar a residente que tinha ido ao cabelereiro e voltámos para a casa.
Lanchei uns queijinhos triangulares da “Vaca que ri” e retomei a leitura do livro dos génios.
Pelas 18h00, já fora sa hora agendada, lembrei-me que era eu tb a ir dar comida aos animais. Lembrei a residente que era para ir comigo e fomos dar a comida às galinhas (restos de salada que vamos acumulqndo das refeições) e depois eu fui reforçar a ração e a água da cadela enquanto ela lhe foi dar os comprimidos.

Mais leitura até às 19.00, hora da reunião da tarde onde se manifestou a necessidade de dar seguimento à resolução de alguns problemas da casa e que hoje vai haver uma reunião de equipa técnica e tb com a administração, onde serão falados vários temas.
A piscina foi novamente tema e depois da reunião fomos alguns de nós ver a piscina e uma residente teve a ideia de usar uma vassoura para limpar o lodo do chão da pisicina e eu peguei da rede e fui apanhando o lodo que se levantava e colocando na terra ao lado.
Percebemos que funcionava.
Agora é uma questão de se pensar na técnica para vazar, usando uma mangueira para evitar abatimento de terras.

Fomos entretanto jantar. Comi tarte de courgette que estava boa.
Uma residente questionou sobre o uso das palavras Obrigado e Desculpa e eu achei interessante e alimentei a conversa…no final da conversa ela interrompeu dizendo que nao queria falar mais disso, dizendo “estarem muitas coisas a acontecer” e confesso que fiquei um pouco triste, ainda que respeitei o espaço dela. Fiquei também curioso sobre que “coisas” seriam essas e até algo preocupado pois se estavamos os dois a ler numa mesa do exterior, pouco depois ela rexolheu-se e não a vi mais essa noite.
Fui deitar-me.
Reparei num email a mencionar um podcast do expresso sobre esquizofrenia e pus-me a ouvir.
Identifiquei alguns pontos de ligação com o que se passou comigo, ainda que muitos outros que não eram comuns.
8h51 - 46 min de escrita