Dia 32 - 2023/07/29

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8h47 de dia 30

Hoje acordei entre as 4 e as 5 e voltei a adormecer.
Creio que deambulei entre sonho e pensamento que estaria no aeroporto com o meu filho, já algo em cima da hora de partida do voo e que ainda não tinha passado a segurança. Não faço ideia do que é que o meu subconsciente anda a fazer com este tipo de pensamentos…

Ontem…comi o pequeno almoço, ainda com mirtilos e observando que provavelmente só dão para mais um dia e depois já não sei bem precisar o que fiz…sei que a certo momento estive a jogar ping pong com uma das residentes e experimentei jogar com a mao esquerda…reparando que, não estando ainda ao mesmo nivel que a direita, até consegui bater umas quantas bolas. Fiquei satisfeito.

Antes do ping pong ainda, pelas 11h, tive eu e mais uma outra residente na sessao de relaxação. Tinha posto o telefone em modo ocupado, mas mesmo assim a meio começou a vibrar com uma chamada. Pensava que tinha colocado em modo avião quando veio outra chamada…decidindo por fim desligá-lo.
Nesta sessão, estive novamente deitado mas já não adormeci…Pude assim fazer exercicios de respiração, de trazer a atenção para o corpo, de espreguiçar com os braços e esticar as pernas, de cerrar os dentes e relaxar, fechar os punhos e relaxar, tentar levar o queixo ao peito e relaxar. Durante a sessão observei-me a bocejar umas duas vezes, sendo isso indicador de relaxamento.

Depois do ping pong liguei de volta aos meus pais que eram quem me tinha ligado e percebi que estavam em viagem de regresso do Algarve e a propôr vir a Estremoz almoçar cmg. Aceitei de bom grado a proposta e, ainda que eles so chegassem depois das 14, fui mais cedo para Estremoz, sabendo que havia um mercado semanal a acontecer e curioso para o ver.

Creio ter dado uma volta maior com o carro do que precisaria e ainda me cruzei com um grupo de jovens com o simbolo das jornadas mundiais da juventude.
Estacionado, caminhei para a zona do mercado e parei logo perto de uns livros…começando por ver um do Van Ghog…um livro auto-biografico…e chamou-me a atenção o seu fim trágico (suicidou-se) e pus o livro de lado.
Peguei depois noutro que tinha um título como “Intelectuais e Politica”, que compila o pensamento politico de varios “intelectuais”, lembrando-me agora de nomes como Einstein e Aldous Huxley.
Gostei e decidi que era um bom candidato a trazer comigo.
Peguei noutro, sobre Iluministas famosos. Guardei-o também.
Vi um outro de Marketing e Relações publicas, que tenho sido editado em portugues em 2007, creio que a primeira escrita foi em 1997…ainda que ache um pouco estranho…pois já fala de blogs, podcasts e de uns primeiros passos do uso do video para a web no marketing. Juntei-o aos outros dois.
Peguei tb num sobre Analise de Investimentos Imobiliarios, consciente que este tipo de investimentos é uma das maiores fontes de “riqueza passiva” atualmente e desde há muito tempo atrás…(pergunto-me quanto).
Embora me parecesse um livro de uma qq cadeira universitaria (tinha objetivos de aprendizagem em cada capitulo), e de me causar algum desconforto a quantidade de métodos e cálculos ali feitos: confrontados com um outro pensamento de que a especulação imobiliaria é um dos grandes males da humanidade (por dificultar o acesso à habitação)…
Vieram-me ainda pensamentos de estudar sobre aquilo…por um lado para conhecer tal fonte possivel de riqueza, e por outro para de alguma forma utilizá-la a favor de uma sociedade mais equalitária no que toca ao acesso à habitação…
Ao escrever isso contudo veio-me a importância de se pensar os aglomerados habitacionais e de proximidade, assegurando o caminho optimo para a soberania dos mesmos…remetendo-me a um pensamento que derivou da conversa de ha dois dias com o senhor que faz o turno da noite, de ter nesse aglomerado conhecimento que fomenta a Vida com qualidade. (Sendo a saúde um deles…na altura dessa conversa lembrei-me de um jovem médico italiano que conheci, que tb se interessava por homeopatia e por sociocracia, mas que não parou muito tempo, após o ter conhecido, por Sintra…ficando eu com a ideia que as despesas dele - sendo a habitação uma das maiores - não estavam a ser colmatadas pelos rendimentos, mas não sei o suficiente para afirmar que esse foi o principal motivo deles sairem daqui).

Ou seja, as pessoas juntarem-se em comunidades o mais soberanas possíveis…
E como é importante envolver os ditos “donos das terras e das casas” neste processo.

Reflito também sobre isto num dimensão individual/familiar/comunitaria pois já várias vezes tenho pensado que gostava de também ser dono da minha própria casa, no sentido em que não tenho de pagar uma renda e que sinto motivação para dela cuidar e sobre isso aprender também - em especifico sobre a componente elétrica que há já algum tempo me atrai (talvez devido a influencias ancestrais do lado paterno). de ter acesso a um terreno perto, a pé, onde posso desenvolver, ou numa perspetiva inclusiva do ou) apoiar o desenvolvimento, de uma agrofloresta regeneratica de onde obter uma boa parte da minha alimentação.

Voltando a ontem…depois de decidir levar tb o dito livro algo técnico/financeiro, e observar que já estavam a arrumar tudo a minha volta, perguntei quanto me custariam os 4 livros…e o sr Henrique disse 5 euros…falando um pouco sobre como se orgulhava de ter os livros mais baratos de todos…Fiquei ainda a olhar para o livro do Van Ghog e, algo embevido de um pensamento de “isto foi mais barato do que pensava”, perguntei tb o preço do dito (que tinha uma etiqueta da fnac com um preço perto de 50 euros), e ele disse tb: 5 euros. Vendido e comprado!

Fiquei ali a falar naquele lugar, em frente ao cafe alentejano, com eles…conhecendo um pouco mais do sr. Henrique e sra. Ilda, ambos reformados e que já tinham tido as suas maleitas fisicas, em boa parte ultrapassadas, vindos da Marinha grande acordando às 00.00 e ali chegando pelas 5.00, ele outrora vidreiro - fazia gravuras em vidro - e ela tendo trabalhado a vida toda num supermercado, ao que entendi e colmatando a sua pensão de reforma com o negócio de compra de recheios de casa e revenda em feiras.
Ainda lhe falei da moeda livre e perguntei se ele teria interesse em participar num desses mercados…e ele disse claramente que não. Não insisti, e sabendo entretanto que ele tinha muitos livros de bandas desenhada, afirmando ele positivamente quando lhe perguntei se teria livros “infantis” (embora agora que penso o termo que me interessava usar era mais: de criança), e ele disse que até me podia oferecer um livro. Combinámos eu ali regressar dali a duas semanas, pois na proxima eles vão para uma feira na Guarda segundo entendi.

Eles entretanto abalaram e sentei-me num dos bancos de jardim ali perto, sabendo que os meus pais vinham um pouco mais tarde.
Eles chegaram, almoçámos - provando eu a carne de javali (escolha essa sabendo que aqui na zona há uns quantos javalis), e finalizando com uma queijada de requeijão.
Depois de almoço regressei à casa, e lembrei-me que hoje ia atuar o grupo “Os Boinas” - que na pratica nao se chamam assim e fui perguntar as tecnicas a que horas e onde seria.
Era às 18h pelo que ainda dava tempo. Perguntei a alguns residentes se queriam ir e lá fomos 3 até São Lourenço de Mamporcão que fica a uns 8 minutos de carro da casa, depois de eles terem ido tomar banho e eu aproveitado para adiantar a tarefa de ir de dar comer aos animais, com uma outra residente que se voluntariou a vir cmg.
Chegámos lá depois das 18 e ainda nao tinha começado. Um dos residentes quis comprar rifas e ofereceu-me umas quantas para abrir e outras tantas à outra residente…saiu-me um mini-prato decorativo, com um mini suporte a acompanhar - decidido - algo para ornamentar a casa de alba.
Fomo-nos sentar e aceitei que esse mesmo residente me oferecesse uma bebida - escolhi um “jói” de laranja, pois tinha visto uma amostra das possiveis bebidas que eles tinham junto a uma parede, por baixo de umas prateleiras com uma série de pacotes de batata frita de uma marca espanhola.
Fomo-nos sentar à sombra…na mesa mais longe do palco e que ficava perto do sitio onde se assavam os frangos. Eram ja umas 18.40 quando finalmente os boina chegaram e pouco depois cantaram uma primeira canção (só me lembro da letra conter água a correr)…explicou-me o outro residente, que é tb alentejano, que o canto era sp assim: primeiro cantava um à capela, e dps seguia-se o coro repetindo.
O grupo não se colocou em cima do palco, mas à frente do mesmo.
Depois da primeira musica houve uma pausa…e dps ouvimos só mais duas…
No entanto aquilo não era claramente um espaço de concertos em que as pessoas estão sentadas a ouvir…mas sim mais um espaço tipo festa comunitaria com musica ao vivo, onde boa parte das pessoas estavam nas mesas ou em pé a comer e conversar, enquanto o grupo cantava.
E dali de onde estavamos era por vezes dificil ouvir bem o canto.
Entretanto eram ja perto das 19.30 e regressámos, chegando a tempo do jantar.
No caminho de regresso dei graças por um de nós ter boa orientação espacial, pois viémos por um caminho diferente… Percebi também, e já tinha comentado e refletido em anterior conversa sobre o quanto hoje se esta dependente do gps, sobre a importancia de desenvolver mais o meu sentido de orientação espacial…que é algo prejudicado pelo recurso regular ao gps em vez de mapas e pontos de referencia.
Jantei arroz de marisco, tive ainda direito a uma dita “massagem shiatsu” com os pés, por uma das residentes, que me aliviou umas dores que tinha nas costas… (Fi-la depois de a ver fazer a outro primeiro e constatar que ele estava bem).

Depois sentei-me ao computador refazendo a missao da carreira praticamente do inicio e que resultou em novas sugestoes de profissoese dicas sobre o wue fazer para me inteirar melhor delas…
Compilei-as e devo ter perto de 20 no total…
Agora quero compilar os varios pontos de ação por função e organizá-los num kanban - trabalho que comecei ainda ontem - para depois entao executar as varias sugestoes ali presentes.

Pelo meio desse processo ainda me desafiaram a levar novamente o Papo a Papo para o momento criativo de domingo (hoje) e aceitei de bom grado, contente por ver pessoas que ja jogaram a querer jogar novamente.

Fui-me deitar já pelas 22.30 ou assim, parando junto da mesa onde uma residente e uma técnica continuavam o persistente trabalho de montar um puzzle de 1500 peças e tentando ver o lugar para encaixar uma que fosse. O sono falou mais alto e abandonei essa tentativa.

E assim foi o dia de ontem.

10h10 - 1h23 minutos de escrita