Dia 39 - 2023/08/05

Antes de ler este texto, lê antes Sobre a categoria Diario pessoal - científico?

8h36 de dia 6

Hoje dormi bem, embora tenha acordado pelas 2 e tal…dps levantei pouco antes das 7, fiz o meu exercicio matinal: flexões, abdominais, “dobragens”, tomei banho e pouco dps o meu colega de quarto acordou e estivemos a conversar um pouco.

Ontem…levantei-me cedo e escolhi fazer a série de exercicios e tomar banho, e dps escrever aqui no registo diario.
Já nao me lembro bem da sequência de momentos, mas, sei que ao longo do dia houve varios:

Peq. Almoço (os habituais flocos de trigo, já com leite de aveia, e mirtilos). Cruzei-me com uma residente que me perguntou sobre o meu dia (sabendo que ia receber ca o meu filho) e quando eu perguntei sobre ela reparei que tinha os olhos um pouco molhados, interpretando eu alguma tristeza e ela disse que ia para o quarto.
Conversa no exterior com uma das residentes que me disse que gostava de saldar a divida e propôs irmos ao multibanco, ao que respondo que queria acabar de escrever e ainda passar c o camarao na dizendo tb que o camarao podia tv ser dps e ouvindo o meu companheiro de quarto, que entretanto estava la fora sentado tb a manifestar interesse em ir, embora ainda fosse tomar banho.
Entretanto estava eu a escrever e dou por mim ao pé da cadela…ainda nao tinha terminado a escrita e estes dois residentes já estavam prontos para ir. Propuseram irmos ao mercado de velharias a Estremoz e a mim pareceu-me bem, sendo que até já tinha pensado nessa possibilidade. Lembrei-me que havia uma outra residente (com quem me cruzei ao peq. Almoço) que tinha manifestado interesse em ir e fui bater a porta do quarto dela a dizer que íamos e a convidá-la para vir tb. Ela aceitou, precisando apenas de se arranjar, e senti-me contente por ela vir tb.
Fui ao quarto e quando saí já eles estavam os três na mesa exterior…fumaram mais um cigarro e fomos os 4 no meu carro.
Manifestei que lá mais perto de Estremoz não me sentia seguro com o caminho e uma das residentes mostrou segurança suficiente e não liguei o gps. Fiquei contente por isso…pois ando a querer reconectar-me ao meu sentido de orientação.
Chegados a Estremoz e saídos do carro…fiz uma pausa para olhar para trás para memorizar onde estava o carro.
Iniciámos juntos mas dps cada um acabou por ver a feira ao seu ritmo, sendo que o ponto de encontro foi definido pelo residente que sentiu necessidade de sair da feira mais cedo, e acordámos que ele ia para um café…à partida o Rossio. Fiquei com o contacto dele por via das dúvidas.
Comprei um utensílio que nao sei o nome, mas que é de tipo um pau madeira, com uma forma mais arredondada na ponta e umas frestas transversais…que costuma ser utilizada para servir o mel.
Ponderei comprar uma bussola, que inicialmente me pediram 60 euros por ela, eu disse que não, e dps propuseram 50, e eu mantive o não…ainda pensei voltar lá mais tarde e propôr 5 euros, refletindo sobre se tal proposta podia ou não ser ofensiva…mas dps acabei por lá não voltar.
Parei tb em frente a umas galinhas e galos e pensei que tv pudesse oferecer uma galinha à casa, cm sei que outro residente já fez…e quando vi o galo pensei que podia propôr que alguns de nós se juntassem para que a casa pudesse ter um galo. Agora que recordo penso que pode ser algo a perguntar em reuniao comunitaria na segunda-feira.
Quis ir percorrer a feira e passar pelo maior numero de bancas e parei-me quando vi um iô-iô, algo que o meu filho já me tinha pedido em tempos. Perto do iô-iô estava uma roca (acho que é assim que se chama…instrumento musical com um pau e uma forma oval na ponta, com algo tipo areia lá dentro)… Decidi comprar o iô-iô para o meu filho e a roca para a casa, para juntar ao conjunto de instrumentos já existentes.
Ainda fiquei a olhar para o mel, mas dps escolhi não comprar, pensando em economizar e que poderia. usar o plafond semanal das compras…ainda que goste mais de dar o dinheiro diretamente aos produtores do que às grandes cadeias de supermercado (reflito um pouco sobre o porquê disso…e acho que se parte tem a ver com o estimular a iniciativa empreendedora das pessoas, outra parte tem a ver com um desconforto com a estrutura organizacional das grandes cadeias de supermercado, que não sei se empodera as pessoas, embora intua que o podia fazer muito mais, e que gera grandes quantidades de desperdício…)
Fui para o café, sentando-me na mesa onde estavam dois dos residentes…um saiu ps ainda precisava de fazer outras coisas…a terceira chegou entretanto, quando a segunda estava tb de saida para tratar de um assunto pendente…depois de todos tratarem do que precisavam eram já 12.45, quando saimos…descansei quando soube que a cozinha da casa so fechava as 13.30.
No caminho de volta eu hesitei ao inicio, mas fui -me lembrando do caminho ao longo do mesmo e estava mais confiante, ao ponto de experimentar um atalho, que ja tinha feito de carrinha, mas nca a conduzir.

Chegámos a tempo do almoço.
Comi sopa de tomate com ovo cozido e batata-frita e dps uma salada e uns rissóis.
Pelas 14.00 iniciou-se a terapia multifamiliar online, em que estive no meu quarto…Fiquei com a percepção de que fui a pessoa que mais falou na sessão, tendo partilhado um pouco do meu percurso nestas andanças da saúde mental e o meu sentir sobre a casa. Ouvi creio que duas pessoas diferentes a mencionar o meu nome no sentido de que tinha trazido uma mensagem de esperança. O meu Ego regojizou-se e nutriu-se.
Depois da reunião familiar, um dos tecnicos pediu-me para ir buscar entao o Papo a Papo para o comprar (sendo que aceitei o pedido de desconto e fiz-lhe o preço de revendedor).
Telefonaram-me os meus pais que estavam a seguir o gps do carro e a ter alguma dificuldade em encontrar a casa.
Nos entretantos passei novamente o “camaroeiro” na piscina e fui vestir o fato de banho.
Entretanto uma das residentes veio falar cmg prreparando-me para algo que ela achava que podia ser triste para mim: o primeiro pensamento que tive foi que tinha acontecido alguma coisa à piscina que impossibilitaria o meu programa planeado.
Cheguei lá fora e vi que o tema era outro, senti algum alivio: uma das residentes tinha arrancado os braços e descolado a base do boneco de barro que eu tinha feito.
Alguém disse ao técnico de serviço o sucedido e ele foi falar com a dita residente e depois ele chamou-a e ela pediu-me desculpa, dizendo que foi sem querer.

Já ela virava costas quando eu disse que “era para o meu filho”, ligando-me a uma tristeza residual que sentia.
Perante esse dito o técnico propôs eu usar super-cola e assim o fiz, conseguindo colar os braços, ainda wue não a base.
No entanto, conhecendo um pouco o meu filho, achava que ele não ia gostar muito do boneco de barro (eu próprio valorizava-o mais pela intenção nele colocada e pelo facto de o ter moldado durante mais de uma hora do que propriamente pelo aspeto final).

No exterior e ouvindo um outro residente que a tinha visto a brincar c o boneco, ainda que não tivesse percebido o que era que ela estava a fazer (só que se estava a rir), percebi que ela podia de fscto ter estado a brincar com o boneco e que podia ter mmo sido sem querer…até porque os braços estavam semi encaixados no corpo.

Percebi que eles tinham chegado (julgo por ter recebido um toque da mae do meu filho) e dirigi-me à porta.
Comecei por cumprimentar o meu filho que me abraçou com força e varias vezes. Percebi a saudade dele naquele abraço, tão importante para mim.
Fui com ele ao quarto buscar a minha toalha e ele perguntou-me se eu tinha algum presente para ele…eu disse que dps viamos isso, que agora iamos à piscina e ele quis perceber se era dps da piscina que falavamos disso e eu disse que sim.

Regressámos ao exterior, pousei o telemovel e caixa de oculos na mesa exterior e fomos para a piscina, com a mãe dele a aproximar-se tb e logo a comentar que achava que ele não tinha pé. e dps ele com medo a pedir as braçadeiras. Entretanto o meu colega de quarto, que ja tinha estado na piscina, mencionou que havia um sitio onde.ele tv tivesse pé.
Depois de eu tentar encher um dos lados da braçadeira e não estar a conseguir…oiço o comentàrio da mãe do meu filho a dizer wue não estava a usar a técnica certa, tentei mais um pouco e acabou por ser ela a encher…
Senti alguma frustração com não ter conseguido pois mais tarde refleti sobre como “havia muitas coisas práticas em que ela era mais eficaz que eu e que perante a sua impaciência, eu acabava por deixar que fosse ela a fazer, sentindo-me triste e com alguma raiva com isso”… olhando para trás penso que este foi tb um dos motivos pela qual a nossa relação amorosa terminou: o por vezes parecer que estávamos a competir a ver quem era melhor numa dada tarefa.
Entrámos na água, que achei algo turva, e ele quis ir ao meu colo até à zona da piscina em que teria pé.
Estivemos um pouco nessa zona, com ele a querer mergulhar a cabeça e com várias sugestoes do exterior a sugerir que ele nadasse ou fizesse isto ou aquilo.
E eu pensei e disse algo no sentido de ele fazer o que queria ao ritmo que queria…sentindo alguma irritação com tantas sugestōes exteriores…e dizendo até em resposta a algo que alguém disse, que ele não estava ali para dar espectáculo.
A mãe do meu filho estava sp ali ao pé dele e até chegou a perguntar o que achava de ela ir para dentro da piscina e revelando eu algum desconforto ela explicou que não iria por a piscina ser só para residentes e crianças. A certo momento pensei que ela estava perto de mais, e que eu gostava de ter tido mais espaço estando só com ele na piscina. Uma sensação de excesso de zelo da parte dela, foi o que me veio.

Fomos andando, agarrados à borda da piscina rumo a um dos cantos e sinto uma picada no sobrolho direito (estava c os oculos de mergulhador), seguindo-se uma expressão de dor e dps choro da parte dele tb, tendo sido picado num dedo da mão.
Fiquei triste com a situação, com medo de ele associar a picada e dor a estar cmg na piscina e ganhar alguma espécie de trauma c isso, e irritado cmg mesmo por não me ter lembrado nem avisado que andavam vespas naquele sitio, que eu já tinha anteriormente identificado.

Saímos para fora da piscina e chegou entretanto uma das residentes, tb ela mãe, e percebendo a situação sugeriu logo gelo e foi buscá-lo à cozinha.
Eu comentei que tb tinha sido picado, perguntei se havia mais geli e percebendo que sim, disse que ia buscar e assim fui.
O meu filho entretanto estava rodeado pela mãe e pelos avós paternos quando eu regressei e me agachei ao pé dele e ele se encostou a mim…
Nesse instante e provavelmente vendo algum desequilíbrio meu, a minha mae reagiu sugerindo de forma que percepcionei como algo insistente que nos sentássemos na cadeira.
Dei a entender que não era preciso.
Entretanto peguei no boneco de barro para ver se o meu filho o queria e tive logo um comentario do meu pai a dizer o que achava do boneco e eu a comentar que ele tinha feito uma batalha.
O meu filho disse entretanto que não queria o boneco e voltei a colocá-lo no sitio, sem grandes dilemas, pois estava já preparado para esta possível rejeição.
Ainda assim questionei-me mais tarde se se tivesse dito “isto é para ti” em vez de perguntar se ele queria, se ele teria aceite e mais tarde até brincado com o boneco.

Passado pco tempo ele diz que gostava de ir cmg ao meu quarto e eu fantasiei que seria porque ele queria ver se havia presente.
Assim fomos, disse para ele procurar em cima da mesa junto à cama em que durmo e ele encontrou o iô-iô.
Estivémos um bocado a experimentá-lo, primeiro eu a mostrar e dps ele a tentar. Percebi que o fio era mt comprido para a altura dele e dei um laço mais em baixo e experimentou novamente ainda que estivesse a colocar o braço acima dos ombros, já nao sei se por eu lhe ter dito isso quando o fio ainda estava comprido…Disse-lhe para tentar com o braço ao nivel dos ombros, e percebi que repetidamente ele punha o braço na outra posição mmo assim.
Entretanto ouvi os meus pais a falar e intuí que um deles se dirigia para a zona dos quartos.
Senti algum desconforto com isso, por esta ser uma zona mais de residentes, mas não disse nada e acho que foi ok.
O meu pai entregou-me o telemovel e caixa de oculos que entretanto estavam a ferver por ter estado ao sol aquele tempo todo…e fiquei contente com o gesto, e agradecido por haver quem estivesse a olhar pelas minhas coisas. Fiquei surpreendido por ver o tlm desligado e percebi ao ligar que ele tem um sensor de temperatura para proteger a bateria, ficando tb contente por isso.
O meu filho disse ter fome e fui dar-lhe de comer…dando-lhe a escolher e tendo ele bebido um bocado de sumo da compal de frutos vermelhos e um pedaço de chocolate. Comi e bebi o mesmo.
Foi bom estar estes pequenos momentos só com ele.
Dirigimo-nos para a entrada, onde estavam já todos (familia) sentados.
12h52 de dia 6, vou almoçar

14h09 de dia 6

Voltando ao ontem…

Ainda antes de irmos para a entrada e de irmos ao quarto, um dos tecnicos perguntou se queria fenistil e estando-me ainda a doer um pouco e ao meu filho tb, aceitei e aplicámos fenistil os dois, cada um na zona da sua picada. Senti-me bem c esta possibilidade de contribuir um pco para aliviar a dor da picada do meu filho, sendo o saber lidar com a saúde dele um dos meus maiores medos e desafios.

Creio que foi ali na entrada que propus irmos até Estremoz lanchar. O meu filho estava entretanto a terminar um desenho que tinha para mim, que quando vi, revelou ser um desenho em modo desdobrável: duas figuras humanas, um “bom” e um “mau”, do lado esquerdo tinha cabeça verde e, na parte exterior da folha, corpo azul e do lado direito o contrario. Ao desdobrar a folha, os dois corpos tomavam a cor das respetivas cabeças… (Este pormenor da côr foi-me revelado hoje quando mostrei o desenho a um dos técnicos de serviço)

Terminado o desenho fomos até Estremoz e se eu tinha pensado que o meu filho podia vir cmg, foi o próprio que manifestou esse interesse em voz alta. Fiquei contente.
Chegados ao carro percebemos que os ombros dele já batiam na parte de cima da cadeirinha (o encosto para a cabeça) e dps de tentar rapidamente e não conseguir ajustar, ele pediu “o banco do avô”. Concordei e pedi e entretanto a mãe dele, suspeitando de que a parte de cima da cadeira se poderia extender quis tentar e lá conseguiu extender o apoio da cabeça, ainda wue excessivamente pelo que fiquei eu de ajustar aquilo mais tarde.
Foi bom saber que a cadeira ainda podia ser utilizada, ainda que escolhêssemos ele ir no dito banco até Estremoz.
Chegados lá propus irmos ao mesmo sitio onde da outras vez eu tinha provado os “gelados de Portugal” e foi aceite…Eu já n tinha a certeza de onde era e n estava a encontrar a arca dos gelados no exterior, onde estava da outra vez, quando a Oriana a viu, no interior de um dos cafés.
Lá fomos, ficando no interior pois já estavam a fechar a esplanada. O meu filho disse que queria gelado mas depois, já ao colo da mãe, provou pelo menos um e escolheu não comer, comendo antes uma queijada ou algo similar. Eu, consciente da possibilidade, pedi um cone com uma bola com dois sabores (dado que cada “bola” tinha uma dimensão considerável, consistindo em pelo menos duas colheradas de gelado).
Provei os sabores do sorvete de ananás e hortelã e o de pastel de nata.
No final o meu pai tinha oferecido uma gadenha para eu levar e a minha reação imediata foi um não, pois não me apetecia. Depois ocorreu-me a ideia de que tv uma residente pudesse gostar e aproveitei a oportunidade e disse que afinal aceitava, sem explicar que era para outra pessoa (explicando agora e com alguma esperança que esse facto não bloqueie futuras oferendas). Eu quis oferecer à residente que teve a ideia e iniciativa de ir buscar o gelo para lidar eficazmente com a picada de vespa do meu filho (que me serviu tb a mim).

Voltámos aos carros e ele quis vir ao meu colo. Assim foi. Sentei-o no carro do avô e despedi-me dele, dizendo que podia pedir para me ligar sp que quisesse. Despedi-me depois dos meus pais e da mãe do meu filho, agradecendo pela visita.
Fiquei ainda contente por saber que os meus pais iam levar o meu filho e sua mãe a casa, consciente da aventura que tiveram de manhã no comboio apinhado de jovens a caminho do Oriente para as JMJ e terem demorado mais uma hora que o previsto a chegar a Lisboa.

Apesar de algumas divergências que vamos tendo, agradeço pelos pais que tenho, por toda a dedicação que sp tiveram e continuam a ter aos filhos e apesar de me ter separado da mãe do meu filho, da relação funcional que conseguimos ter, querendo ambos o melhor para ele, ainda que por vez tb divergindo nas práticas e visão de vida.

Regressei à casa, apercebendo-me já ter aprendido o caminho e de me sentir contente com isso.
Passei pelo quarto da residente “do gelo”, bati à porta e ofereci-lhe a gadenha, agradecendo tb o gesto. Ela agradeceu e guardou para sobremesa do jantar.

Jantámos: comi um cogumelo recheado e meio cordon bleu (não acreditando que fosse possível estarem várias pessoas a falar “desagradavelmente” do cordon bleu, dado eu gostar bastante dessa comida)…enchi o prato e deixei o meio cordon para o fim.
Quando o levei à boca não pude deixar de sentir algo tv similar, ao que todas as outras pessoas sentiram quando o levaram à boca, acrescido de algum desgosto e desilusão: semi-frio, parecendo a consistência de queijo ou iogurte meio pastoso-despedaçado…e especulando interiormente que precisaria de ter estado mais tempo no forno.

Ainda estava eu a meio do prato quando observei a movimentação em torno da gadenha que ofereci, cuja caixa estava pousada na ponta do U das mesas de refeitório, umas duas mesas ao lado de onde estava a residente a quem a ofereci. O técnico sentado nessa mesa mostrou curiosidade sobre de quem seria a caixa…a residente afirmou ser dela, uma outra técnica pareceu mostrar interesse em provar, constatando ser um doce típico de Estremoz, o técnico a “mandar para o ar” que depois do tom da resposta já não queria pois teria “percebido a mensagem” (ele vai dizendo o que sente, embora o seu tom brincalhão por vezes me façam duvidar do significado do wue quer transmitir) e dps a residente decidiu partir a gadenha em pedaços e oferecer a quem quisesse. Comeu um pedaço, e disse-me que estava boa…fiquei contente. Confesso que senti tb sentimentos mistos de medo, raiva e alegria quando a vi oferecer aos outros: medo por não saber o que a motivou a oferecer (se de um lugar de desconforto em receber algo e outros nao receberem ou de percecionar subtilmente alguma espécie de interesse meu nela e de o rejeitar - e sim, isso existe, embora seja bastante complexo por toda a envolvente que ambos vivemos e tenho-me refreado de o manifestar diretamente), raiva associada a um lado meu “controlador”, com dificuldade em desapegar-se daquilo que oferece e da visão que teve ao oferecer não se manifestar (neste caso era ela comer o bolo todo…e penso se quem me ofereceu a mim sentirá o mesmo…), e alegria por ver nela essa vontade de partilhar com os outros e de querer bem aos outros tb.

No entretanto foi tb bom ver o nosso colega residente atualmente algo auto-exilado juntar-se a nós à mesa.

Depois de jantar notei algum cansaço, ainda que me desse uma vontade de acompanhar a “residente do gelo” na visualização do Matrix IV…por um lado por curiosidade em ver o filme (parece que tb o Neo anda, neste filme, em consultas de psicologia e a lidar com alguma possibilidade de psicose) e por outro por querer estar com ela.

Com base nessa vontade enviei-lhe uma mensagem, assumindo a minha vergonha em bater à porta do quarto dela para dizer que gostava de ver o filme com ela e querendo facilitar-lhe o dizer que não se fosse essa a sua vontade (fantasiando eu que deve ser mais dificil se for frente a frente)…
Ela respondeu a dizer que preferia estar sozinha e desejei-lhe então um bom filme, bom descanso e bom “desfrute” desse tempo com ela própria, ainda que sentindo alguma tristeza, observada com cautela, e pensando na ultima relação que tive e que, se vivida algo intensamente ao inicio, desde que vim para aqui se tem de certa forma “dissipado”, ainda que va comunicando pontualmente com ela.
Refleti ainda sobre um ultimo teste de “perfil de personalidade” que dizia que eu era alguém virado para os relacionamentos e para a “Estrutura”, e como pode ser fácil, no que aos relacionamentos se refere, relacionar-me e interessar-me por diferentes pessoas em simultâneo e como a periodicidade da comunicação , mesmo que à distância, é relevante para preservar e nutrir as relações.
Questiono se e quando alguma vez voltarei a ter uma relação amorosa de longa duração e eventual co-habitação.

Estava calor no quarto e eu não tinha muito sono, pelo que decidi aproveitar o tempo e pus-me a ouvir o ultimo programa, de educação financeira, em que me inscrevi, do Jaspreet Singh.

O que retive foi p.ex. a regra das 24h, para evitar fazer compras por impulso: qd temos vontade de comprar algo e para n cair nas estrategias de marketing, é util esperar 24 horas e repensar se temos mmo interesse em algo.
Falou tb que 10 anos é tempo suficiente para gerar riqueza.
Outra coisa, que eu já sei mas ainda nao consegui bem por em pratica, é, em vez de poupar muito (n deixando de o fazer) ou consumir muito, aplicar o dinheiro não essencial para viver em ativos, i.e. investir em bens que nos poderão dar retorno futuro. (imobiliario, ações, fundos, empresas, etc.).

O meu colega chegou ao quarto ja passava das 23 e, sentindo já algum cansaço (nos ultimos videos eu ja fechava os olhos), decidir dormir.

15h25 de dia 6 - tv va jogar um pco de ping-pong